A Capela da Nossa Senhora das Febres, antiga Capela de São Roque situa-se na freguesia da Vera-Cruz, no bairro piscatório da Beira-mar, muito próximo do canal.
A Capela de São Roque terá sido edificada em finais do século XVI. É uma construção em pedra e cal, com cobertura em telha, pintada ao gosto popular. A fachada principal, junto à entrada do templo, apresenta dois contrafortes, um de cada lado da porta, que servem de bancos. No interior do templo, ao fundo, encontra-se a capela-mor, com o altar principal, encimado por um retábulo de madeira, pintado de dourado, onde se inscreve a imagem do orago – Nossa Senhora das Febres. Esta imagem foi adquirida por subscrição pública para substituir a escultura quatrocentista da Virgem, que foi transferida para a Igreja Paroquial da Vera Cruz.
Do lado direito do altar-mor situa-se a sacristia e sobre esta, eleva-se o campanário, já sem o pequeno sino e com uma singela armação de ferro. No corpo da capela, junto ao transepto, localizam-se dois altares, em madeira pintada, sobre os quais, aparecem duas imagens produzidas na fábrica de louça, do Cojo (de Pedro António Marques, ou Pedro Serrano). A escultura do lado do Evangelho representa S. Tomé, a do lado da Epístola, São Roque.
No interior do templo encontram-se sepulturas e lápides funerárias alusivas aos primeiros proprietários da Capela de São Roque, bem como dos moradores da Rua de São Roque que “foram sepultados na dita capela”. Estes elementos são confirmados na documentação paroquial de 26 de Maio de 1721, onde frei Manuel Coelho de Oliveira, refere que na capela existe “huma Sepultura com hum Letereyro, q dis o Seg.te: Esta sepultura he de Roque Varella Durasso na Era de 1645”.
Em 1853, a Capela de São Roque foi restaurada, por iniciativa de Francisco de Pinho Vinagre (pai do Padre Jorge de Pinho Vinagre). Em 1936, são realizadas novas obras de restauro e na década de 1950 foi aplicado o revestimento azulejar no interior do templo, e na segunda metade, do século XX, foi revestida a fachada.
O dia de Nossa Senhora das Febres celebra-se a 8 de Setembro. Tradicionalmente a festa celebrava-se sempre no Domingo. O evento era promovido, organizado e financiado pelos marnotos da Ria de Aveiro, que para tal, aceitavam ser mordomos. Uma das suas funções era andar em bateiras, de marinha em marinha, a “tirar a esmola do sal” ou seja, pedir o contributo em sal, para patrocinar os festejos.
Outros Locais de Interesse
Canal de São Roque: um dos vários canais de água atravessam a cidade de Aveiro. Lugar dos antigos estaleiros navais, onde gerações de homens trabalharam na arte da construção naval, mas também do lazer e da diversão, com as peculiares regatas de bateiras e caçadeiras a remos ou a pás (da actividade salícola), com despique de tripulações, agrupadas por mesteres (marnotos, salineiras, pescadores, calafates, carpinteiros, etc.), que deslizavam pelo canal sob o olhar da população que ficava nas margens.
O actual percurso inicia-se na Ponte de São João, transversal ao canal das Pirâmides e percorre um percurso paralelo à A25 para norte, passando pelo bairro da Beira-Mar, separando a malha populacional da Ria e das marinas de sal. Ao longo destes canais existe o Cais das Falcoeiras; Cais dos Mercanteis; Cais dos Botirões; Cais de São Roque.