Nos séculos XV e XVI, Vila do Conde assume uma posição estratégica e económica, sendo potenciada a sua localização no estuário do Rio Ave e evidenciada uma nova actividade ligada à vida marítima alicerçada na construção naval, ao comércio e à pesca. É neste novo centro urbano, habitado de artífices da construção naval (carpinteiros de machado, calafates), oficiais de marinha, comerciantes, etc., que são construídos edifícios estruturantes da nova urbe, designadamente: Igreja Matriz, Alfândega Régia, Capela de Nossa Senhora do Socorro, Igreja de Misericórdia, e casas de habitação.
Desse conjunto, destaca-se a Capela de São Roque, mandada construir pelos devotos para pedir protecção das pestes, como ficou inscrita na lápide de pedra: “FEITA PELOS DEVOTOS D’ESTA VILLA PELA PESTE DE 1580”.
No templo foram instituídas duas Confrarias que partilham as responsabilidades cultuais, designadamente: a Confraria de São Roque e a Confraria de Nossa Senhora do Pilar, cuja devoção à ficou bem expressa no revestimento azulejar que decora o interior da nave, com cenas alusivas a devoção Mariana mas, também a viagem de peregrinação de São Roque que ficou representada nas “paredes de louça”, com o Santo trajando capa e romeira decorada com vieiras e bordão na mão ajoelhado perante a visão da Virgem com o Menino. Esta importante empreitada ficou assinalada nos azulejos do coro alto, com o seguinte texto: “ESTA OBRA MANDARAM FAZER OS DEVOTOS DA N.ª S.RA DO PILAR NO ANO DE 1746”.