O surto de cólera-morbus atinge violentamente o País, principalmente os centros urbanos, criando situações de crise. A Irmandade promove a edição de uma Novena a São Roque, que retoma a acção espiritual e de consolo dos mais aflitos. O texto é escrito por Fr. Mattheus da Assumpção Brandão (1778-1837), que no ano anterior se tornara Irmão, assumindo compromisso em 15 de Agosto de 1831. A “Novena do Glorioso S. Roque por ocasião da epidimia Cholera-Morbus no anno de 1832. Oferecida e celebrada pela Real Irmandade de S. Roque de Lisboa sendo seu Provedor Perpetuo El Rei Nosso Senhor D. Miguel I”, terá uma gravura de São Roque, que tinha sido realizada em 1800.
A composição musical “Novena de São Roque” é entregue a Fr. José de Santa Rita Marques da Silva (1782-1837) (AH/IMSRL Doc. 1, cx 48 B; AH/IMSRL Doc. 3, cx. 48; AH/IMSRL Doc. 1, cx 48), um dos mais importantes compositores no domínio da música sacra em Lisboa. O cuidado posto na parte vocal da obra é o testemunho do valor dado à composição e à responsabilidade. O facto de o compositor se ter tornado Irmão de São Roque, a 15 de Agosto de 1832, pode ter influenciado o facto de não ter cobrado honorários pelo trabalho, sendo apenas gratificado com a quantia de quatro mil e oitocentos réis. O compositor cria igualmente um Te Deum para coro e órgão (AH/IMSRL Doc 2, cx 48).
Em finais desse ano, a Irmandade recebe a autorização para realizar uma procissão com a Relíquia e a Imagem de São Roque, sendo anuída que se realize no dia 4 de Dezembro.