2015
A 25 de Fevereiro é celebrado o V Centenário da Ermida de de São Roque, cuja memória está registada na lápide de pedra que assinala a consagração do templo, a 25 de Fevereiro de 1515 (a lápide encontra-se exposta no Museu de São Roque).
As cerimónias incluíram uma Missa Solene, a reabertura da Casa de Despacho e a inauguração da nova sala de reservas patrimoniais afectas à Irmandade, depois do conjunto de obras promovidas pela Santa Casa da Misericórida de Lisboa.
2013
A Irmandade promove e organiza As Festas de São Roque no Mundo: Traços de Cultura. Este congresso internacional teve a presença de prestigiados especialistas da História da Arte, Antropologia, Arquitetura, Música, Sociologia, Turismo Religioso, Saúde e Medicina, oriundos de França, Bélgica, Itália, Espanha, Cabo Verde, Brasil e Canadá e constituiu-se como um fórum de debate interdisciplinar, em torno da identidade territorial e da valorização dos recursos religiosos, culturais e patrimoniais.
2011
A Assembleia-Geral aprova o Compromisso e Estatutos da Irmandade da Misericórdia e de São Roque de Lisboa, no qual surge a incorporação da Irmandade da Misericórdia (1498) e da Irmandade do Glorioso São Roque dos Carpinteiros de Machado (1570) na Irmandade da Misericórdia e de São Roque.
Pão de São Roque. Os pães são benzidos durante a Missa celebrativa e depois distribuídos pelos fiéis.
2009
Definição do "Relacionamento institucional entre a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e a Irmandade da Misericórdia e de São Roque de Lisboa".
"A SCML assegura a instrução e assistência religiosa nos seus estabelecimentos e aos seus utentes de harmonia com as leis canónicas e civis em vigor” (Artº 6º, nº 3, dos actuais Estatutos).
“À Irmandade da Misericórdia e de São Roque, …., compete, para além da tutela do espírito cristão que enforma a acção da SCML e que exerce através da sua presença no Conselho Institucional…” (Artº 45º, nº 1 dos actuais Estatutos)
2008
Realiza-se a Procissão do Senhor dos Passos – do Bairro Alto a São Roque – inaugurando um percurso pelas ruas do Bairro Alto, fomentando as expressões de piedade, agora numa via-sacra que percorre o Bairro originário, criando um momento espiritual, de recolhimento e de acto de renovação interior.
2007
Realiza-se a primeira Procissão do Glorioso São Roque, que percorre as ruas do Bairro Alto.
Procissão de São Roque. Andor com a imagem veneranda de São Roque.
2006
A 1 de Março são inauguradas as novas instalações administrativas da Irmandade, no Complexo de São Roque, no Largo Trindade Coelho.
Na Igreja de São Roque, as ações de natureza espiritual e administrativa da Irmandade realizam-se na Capela de São Roque e na Casa de Despacho, localizada na Igreja e que substituiu a primitiva Casa de Despacho/Sacristia privativa da Capela de São Roque (destruída no século XIX), a qual, pela sua dupla função, servia de sede social da Irmandade de São Roque de Lisboa.
Realiza-se a primeira Procissão do Glorioso São Roque, dentro da Igreja de São Roque.
A 30 de Outubro a Assembleia-Geral aprova a 2.ª Alteração aos Estatutos de 1990.
Procissão de São Roque dentro da Igreja de São Roque.
2004
A Assembleia-Geral aprova da 1.ª Alteração aos Estatutos de 1990.
A Mesa Administrativa delibera a criação de um Conselho Permanente de apoio à Mesa Administrativa, com poderes para apoiar o Provedor na administração da Irmandade e gerir os serviços, representar, por delegação do Provedor, a Irmandade junto dos órgãos Sociais, Serviços da SCML e de outras instituições externas e preparar e implementar os programas de acção da Irmandade. A Mesa também delibera no sentido de criar uma Comissão Dinamizadora com missão de apoio e assessoria ao Conselho Permanente.
1995
A Assembleia-Geral da Irmandade é convocada pela primeira vez, desde a aprovação dos Estatutos.
1990
A 25 de Julho são aprovados novos Estatutos e Compromisso da Irmandade da Misericórdia e de São Roque de Lisboa. A Irmandade de São Roque é transformada em irmandade de misericórdia, sob a denominação de Irmandade da Misericórdia e de São Roque de Lisboa. Neste ano a Irmandade passa a integrar o Conselho Institucional da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
1978
A 8 de Dezembro são aprovados os novos Estatutos da Irmandade de São Roque, aprovados por parte da Autoridade Eclesiástica, a 9 de Janeiro de 1979. Este novo documento substitui o que foi aprovado em 9 de Dezembro de 1934.
1962
A Irmandade continua a distribuição dos bens alimentares que lhe são enviados pela Cáritas Portuguesa.
1961
Sob proposta do Padre Júlio Marinho, S. J., é instituída a reunião dos Irmãos no primeiro Domingo do mês, logo após a Missa Dominical (Acta de Mesa n.º 138, de 14 de Junho de 1961, AH/IMSRL Doc. 2, cx 3).
1960
Os novos Estatutos e Compromisso são aprovados a 17 de Janeiro, seguindo-se a aprovação eclesiástica a 27 de Maio.
A imagem da Virgem Peregrina chega à Igreja de São Roque no dia 18 de Março, partindo no dia seguinte para a Igreja de São Pedro de Alcântara (AH/IMSRL, Acta de Mesa, n.º134, 1960).
1959
No final do ano a Mesa Administrativa propõe a alteração dos Estatutos, actualizando-os para um melhor cumprimento das acções da Irmandade, substituindo o texto dos artigos 13º, 17.º, 23.º, 24.º e 25.º. No novo regulamento, a Mesa passa a ter um mandato de três anos, aumenta o número de mesários, sendo alterados os títulos dos cargos (surgindo os nomes de Provedor e Secretário) e ampliadas as competências funcionais.
1955
O Decreto-Lei n.º 40 397 altera os Estatutos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e no seu Capitulo I, no art. 10.º § único é referido que o “culto na Igreja da Misericórdia fica a cargo da Irmandade de São Roque, podendo a Misericórdia confiar o seu exercício nos outros templos a irmandades canonicamente erectas ou a congregações religiosas, de acordo com a autoridade eclesiástica”, tendo em conta que o anterior Decreto-Lei n.º 23509 de 28 de Janeiro de 1934 reconhece a necessidade de contratar um Capelão.
1946-1948
A Irmandade promove as cerimónias em honra da Imaculada Conceição, com novena e missa solene. Nos preparativos participam os funcionários da Igreja de São Roque, montando uma estrutura efémera em frente do altar das relíquias, para criar um altar a para a imagem de Nossa Senhora da Conceição.
1942-1944
Nestes anos, todos os domingos é distribuído o pão aos mais pobres. Mas durante o período de racionamento, o pão deixa de ser fornecido pela Panificadora-Rosa d’Ouro, na Rua da Rosa, 138-144, passando cada beneficiado a receber o valor em dinheiro.
1942
O Decreto-Lei n.º 32255, de 12 de Setembro, altera os Estatutos da Santa Casa da Misericórdia, e no Artigo 3.º é referido que “será mantido o culto nas igrejas e capelas pertencentes à Misericórdia ou aos seus estabelecimentos e assegurada assistência religiosa, nos termos da concordata. À nomeação e remuneração do pessoal indispensável para os fins deste artigo será aplicável o disposto no n.º 3 do artigo 3.º do Decreto-Lei n. 31 666” (Diário do Governo, I série, n.º 214, 12 de Setembro de 1942). Este diploma deixou de fazer menção à acção da Irmandade de São Roque.
1940
As quatro pinturas da Vida de São Roque figuram na Exposição de Pintura Portuguesa dos séculos XV e XVI, organizada pela Comissão Nacional dos Centenários.
Reedição do “Resumo Histórico da Origem da Ermida de S. Roque e da Sua Irmandade na Cidade de Lisboa”, pela Tipografia Teixeira.
1939
A 15 de Setembro de 1939, o Chefe da 1.ª Repartição e Superintendente do Museu e Igreja da Misericórdia de Lisboa, em nome do Director do Museu Nacional de Arte Antiga e Vogal da Secção das Exposições de Arte dos Centenários, Dr. João Couto, solicita ao Juiz da Irmandade de São Roque, a “cedência, por empréstimo, das pinturas que lhe pertencem representando cenas da Vida de São Roque” (AH/IMSRL Doc. 17, cx 36). O empréstimo das pinturas inclui o “tratamento na oficina do Museu, emoldurados e fotografados, sem qualquer encargo para a Irmandade”. A Comissão Nacional dos Centenários (Secção das Exposições de Arte) realiza os Autos do Empréstimo, ficando sob a sua responsabilidade a guarda dos referidos objectos.
1938
A Irmandade de São Roque quer recuperar a Procissão do Senhor dos Passos e realiza um cortejo dentro da Igreja de São Roque. Esta iniciativa realiza-se sob proposta do Irmão Vogal, Joaquim Júlio Pereira, em colaboração com o Capelão Cónego Domingos Roque do Nascimento.
1936
A Irmandade de São Roque recebe do Governo Civil de Lisboa uma circular impedindo qualquer transação de objectos artísticos pertencentes à Irmandade, sem “colherem previamente o parecer favorável da Inspeção Geral dos Museus” (AH/IMSRL Doc. 6, cx 31)
1934
O Decreto-lei n.º 23509, de 26 de Janeiro determina que a Irmandade de São Roque continue encarregada do culto público na Igreja de São Roque, porém, os actos cultuais associados aos legados pios passam a ser desempenhados por um capelão contratado pela Santa Casa (Diário do Governo, I série, n.º 22, de 26 de Janeiro de 1934). Na Sessão de 8 de Fevereiro, o Conselho determinou que “até à definitiva regulamentação dos serviços de natureza cultual da Igreja de São Roque e para cumprimento do Decreto n. 23.058, de 26 de Janeiro último, resolveu estabelecer as regras seguintes:” (…)
Segunda – A abertura dos cofres das esmolas existentes na Igreja de São Roque, será sempre efectuada pela Irmandade com a assistência do Capelão.
Terceira – Nos termos do artigo 3.º do citado decreto, reverterá a favor dos cofres da Misericórdia 10% das receitas da Irmandade de São Roque, na conformidade do preceituado no artigo 3.º do Decreto n. 3856 de 22 de Fevereiro de 1918 e igual percentagem para a conservação do templo”.
A 9 de Dezembro de 1934 são aprovados os Estatutos da Irmandade, aprovados pelo Governo Civil de Lisboa em 18 de Julho de 1935.
1933
Em Sessão de 19 de Janeiro, o Provedor da Santa Casa, Dr. José da Silva Ramos, apresenta uma proposta para regular a acção da Irmandade de São Roque dentro da Igreja (SCML/OA/MS/04/lv. 023, pag. 387 e 388, Referenciado por João Simões, Volume de Partilha Documental. 20 de Outubro de 2008).
1931
Realização do “Inventário dos bens e alfaias pertencentes à Irmandade de São Roque erecta na Igreja de São Roque da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa” (AH/IMSRL Doc.28 cx 31).
A Igreja de São Roque é encerrada para obras, e as festas em honra de São Roque decorrem na Igreja das Chagas.
A nova Casa de Despacho da Irmandade de São Roque, entregue pela Santa Casa, em finais da década de 1920.
1929
Reedição do livro “Resumo Histórico da Origem da Ermida de S. Roque e da Sua Irmandade na Cidade de Lisboa”.
1919
No dia 20 de Fevereiro é conferido o Auto de Entrega da Igreja de São Roque à Irmandade da Mesma Invocação (AH/IMSRL Doc. 34,cx. 31) e procede-se “à entrega das pratas, imagens, quadros, mobiliário e mais objectos e artigos de culto”. Alguns anos mais tarde, a Irmandade participa à Mesa da Misericórdia que muitos dos objectos constantes no Inventário já não estavam sob a sua responsabilidade, porque lhe tinham sido retirados, sem que fosse dada baixa no referido documento.
1918
A Portaria n.º 1449, de 29 de Julho de 1918, autoriza a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa a tomar a seu cargo a sustentação do culto público católico na Igreja de São Roque (Diário do Governo, I série, n.º 169, 31 de Julho de 1918). A 31 de Agosto, o culto é retomado na Igreja de São Roque, sendo capelães o Cónego Avelino de Figueiredo, o Padre Cruz Curado e o Padre Manuel Elias de Sousa, sucessivamente.
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa dando cumprimento à referida Portaria n.º 1449 (Diário do Governo n.º 169, de 31 de Julho 1918) e na conformidade com a Portaria 1244, de Março de 1918, faz a “entrega do culto da Igreja de São Roque”, à Irmandade de São Roque.
É realizado o Auto de Entrega da Igreja de São Roque à Irmandade da Mesma Invocação (AH/IMSRL Doc. 26, cx. 31), assinado a 30 de Agosto de 1918, pelo Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, António Augusto Pereira de Miranda, o Juiz da Irmandade José Dias Sobral, o Assistente da Irmandade Carlos Ennes Costa, o Primeiro Secretário Raimundo Joaquim Loureiro, o Tesoureiro António Joaquim de Sá Dias Júnior e o Procurador, Agostinho Rodolfo Sedrim.
Apenso ao Auto está o “Inventário de Pratas, Imagens, Quadros, Mobiliário e Mais Objectos e Artigos de Culto, existentes na Igreja de São Roque pertencentes à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e entregues à Irmandade de São Roque, na conformidade do auto lavrado n’esta data, com data de 20 do Mês de Fevereiro 1918”. Este inventário contém a relação dos objectos de Ourivesaria, Pintura, Escultura, Cerâmica, Mobiliário e Paramentos que ficam ao serviço da Igreja (AH/IMSRL, Doc.26 e 27, cx 31; Doc. 4, cx 37).
1917
Realização do inventário dos bens da Irmandade de São Roque.
1913
A Irmandade de São Roque apresenta-se como corporação idónea e oferece os seus préstimos à Santa Casa, para auxiliar esta instituição a cumprir os legados e outros fins meramente cultuaes. A Santa Casa pede licença para ponderar as vantagens de deferir o pedido da Irmandade de São Roque, e assim dar cumprimento aos legados, na capela da Irmandade, enquanto não for organizada a corporação encarregada do culto na freguesia.
1911
Na sequência da Lei da Separação do Estado das Igrejas promulgada em Portugal a 20 de Abril de 1911, é suspenso o culto na Igreja de São Roque.
No dia 30 de Junho é realizado um Auto de Diligência à Capela de São Roque, levantado pela Comissão Concelhia de Inventário, constituída nos Termos do Artigo 63 do Decreto-Lei de 20 de Abril de 1911 (Arquivo Contemporâneo do Ministério das Finanças. Encarnação. Liv. 58. 13/07/1911-8/8/1911). Na Capela de São Roque reúnem-se os membros da Comissão Concelhia de Inventário, Dr. Ernesto Carneiro Franco, Administrador do 2.º Bairro Afonso de Albuquerque Cabral da Silva Amaral, aspirante da Repartição de Fazenda do 2.º Bairro e Agostinho Soares Pimenta, Presidente da Junta da Paróquia da Freguesia da Encarnação, para procederem ao arrolamento e inventário de “todos os bens mobiliários e imobiliários destinados a culto publico da religião católica”.
Nessa reunião, o primeiro secretário da Irmandade de São Roque, Raimundo Joaquim Loureiro representa a Mesa e mostra o Compromisso para comprovar a legalidade da instituição. E por este documento ser o original e não existir cópia impressa, não é anexada nenhuma cópia ao Auto de Deligência. Após a confirmação da legalidade dos actos da Irmandade, é encerrado o processo no dia 6 de Agosto, com a elaboração do Auto de Conclusão da diligência à Capela da Irmandade de São Roque. Nessa reunião estava presente a Comissão Concelhia do Inventário e pelo seu presidente, Ernesto Carneiro Franco, sendo lido o ofício n.º 110, da Comissão Central da Execução da Lei da Separação do Estado, de 4 de Agosto de 1911, no qual é registado que, à “Irmandade de S. Roque se lhe deve reconhecer individualidade jurídica. Nestes termos, e em conformidade com o disposto no Artigo sessenta e dois da lei de separação esta comissão Concelhia de Inventário resolveu não arrolar os bens da Irmandade, visto estar legalmente constituída” (AC do Ministério das Finanças. “Encarnação”. Liv. 58. 13/07/1911-8/8/1911).
Decorre a reforma dos Estatutos da Irmandade de São Roque aprovados em sessão de Junta Grande, a 24 de Dezembro de 1911 e sequente aprovação pelo Governo Civil de Lisboa, a 26 de Junho de 1913. O novo texto regulador mantem o espírito cultual da instituição e a Mesa reduz-se para sete elementos, em vez de onze anteriores, a saber:
“Capitulo I. Da instituição e fins. Artigo 1.º Irmandade de São Roque instituída em 25 de Fevereiro de 1515 numa pequena Igreja especialmente construída para esse fim no sitio onde hoje se encontra a Igreja de S. Roque da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e que pela Irmandade foi cedida aos Padres da Companhia de Jesus por escriptura de 19 de Outubro de 1553 para ali fazerem a actual Igreja, com a clausula da antiga Capella mor [ficar] sendo a segunda Capela do lado esquerdo da nova Igreja, como ainda hoje se conserva, e uma associação de assistencia e beneficência composta de pessoas de ambos os sexos professando a Religião Catholica e Apost. Romana e tem por fim:
1.º Prestar culto à veneranda Imagem de S. Roque.
2.º Orar pelas necessidades temporaes e corporaes dos Irmãos e suffragar as almas dos que falleceram.
3.º Contribuir para a assistência e beneficência em conformidade com as Leis vigentes.
§ Único – A Irmandade não poderá gastar mais com os fins designados nos n.os 1.º e 2.º mais do que um terço da totalidade dos seus rendimentos, conforme determina o art. 38 das Lei de 20 de Abril de 1911(…)”(AH/IMSRL Doc. 1, cx.6).
1910
O mapa de receita e despesa é apresentado no Governo Civil de Lisboa e é aprovado.
1902
Os mapas de receita e despesa são anualmente apresentados no Governo Civil de Lisboa para a confirmação das licitudes da gestão da Mesa da Irmandade. Dos vários documentos constam os Avisos, Mapas de Receita e Despesa e as Ordens de Pagamento referentes a material de secretaria, emolumentos, cobrança de anuais, concerto de paramentos, azeite para a lâmpada da Capela, despesas gerais com a festa do Orago (música, esmola para o Sermão, pagamento de eclesiásticos, sacristãos e do andador; armação da capela de São Roque, flores, pães de São Roque e cera).
1888
Entre 1888 e 1893, a Irmandade paga as despesas da condução das alfaias necessárias para Convento de São Pedro de Alcântara, onde é preparado um altar para expor a Relíquia de São Roque (AH/IMSRL Doc.4, cx.27)
1876
Revisão do “Inventário dos objectos pertencentes à Real Irmandade de S. Roque”.
1869
Impressão da obra intitulada “Descripção Histórica da Real Capela de S. Roque e da Sua Irmandade na Cidade de Lisboa”.
1863
Das várias obrigações, a nova Mesa nomeada pela Junta Grande, actualiza o Inventário patrimonial.
1858
A Irmandade realiza um Te Deum para acção de graças pela cessação da epidemia de cólera-morbus. A direção musical fica a cargo de João Jordani.
1857
A Mesa Administrativa actualiza o inventário patrimonial.
1854
O director da música, João Jordani realiza a “Novena de São Roque”, que é executada nas festas do Santo. A Mesa Administrativa decide imprimir um extrato do texto do Privilégio (1583), a que designaram por “Bulla”.
1842
“Relação das Alfaias, vestimentas e Imagens pertencentes à Real Irmandade de São Roque erecta na sua Igreja e St.ª Casa da Misericórdia desta Corte”
1839-1841
Finalização das obras do retábulo da Capela de São Roque.
1834
O Decreto de 28 de Maio de 1834 extingue em “Portugal, Algarves, ilhas adjacentes e domínios portugueses, todos os Conventos, Mosteiros, colégios, Hospícios e quaisquer casas de religiosos de todas as Ordens Regulares, seja qual for a sua denominação, instituto ou regra (art.1.º)”. Não se conhece, até ao momento, qualquer interferência e aplicação deste decreto com a vida da Irmandade de São Roque. No período de 1833 e 1837 não foram registadas entradas de Irmãos, mas no ano de 1838 fazem compromisso vinte e dois novos Irmãos (AH/IMSRL, Doc. 36, cx 1).
1832
O surto de cólera-morbus atinge violentamente o País, principalmente os centros urbanos, criando situações de crise. A Irmandade promove a edição de uma Novena a São Roque, que retoma a acção espiritual e de consolo dos mais aflitos. O texto é escrito por Fr. Mattheus da Assumpção Brandão (1778-1837), que no ano anterior se tornara Irmão, assumindo compromisso em 15 de Agosto de 1831. A “Novena do Glorioso S. Roque por ocasião da epidimia Cholera-Morbus no anno de 1832. Oferecida e celebrada pela Real Irmandade de S. Roque de Lisboa sendo seu Provedor Perpetuo El Rei Nosso Senhor D. Miguel I”, terá uma gravura de São Roque, que tinha sido realizada em 1800.
A composição musical “Novena de São Roque” é entregue a Fr. José de Santa Rita Marques da Silva (1782-1837) (AH/IMSRL Doc. 1, cx 48 B; AH/IMSRL Doc. 3, cx. 48; AH/IMSRL Doc. 1, cx 48), um dos mais importantes compositores no domínio da música sacra em Lisboa. O cuidado posto na parte vocal da obra é o testemunho do valor dado à composição e à responsabilidade. O facto de o compositor se ter tornado Irmão de São Roque, a 15 de Agosto de 1832, pode ter influenciado o facto de não ter cobrado honorários pelo trabalho, sendo apenas gratificado com a quantia de quatro mil e oitocentos réis. O compositor cria igualmente um Te Deum para coro e órgão (AH/IMSRL Doc 2, cx 48).
Em finais desse ano, a Irmandade recebe a autorização para realizar uma procissão com a Relíquia e a Imagem de São Roque, sendo anuída que se realize no dia 4 de Dezembro.
1831
A Irmandade angaria as verbas necessárias para a realização de um novo relicário-ostensório para expor a Relíquia de São Roque, com as esmolas provenientes do mealheiro da Capela, dos Irmãos e da família Real (a Rainha contribui com 60$000rs e a Infanta, Isabel Maria com 4$800rs). O Rei consente que a execução dos moldes para fundição do novo relicário seja realizada na Aula Régia de Escultura.
Relíquia de São Roque (conservado dentro do relicário realizado em 1830) exposta no altar da Capela de São Roque.
1818
O escrivão da Irmandade, Joaquim José Vermuel paga a Manoel Joaquim da Trindade R[.], a quantia de oitocentos réis pela limpeza de quatro resplendores de prata “três grandes e hum piqueno”, das imagens dos Santos (AH/IMSRL Doc. 3, cx 4, n.º 49 ).
1816
O mestre Manoel Joaquim inicia um conjunto de restauros na Capela de São Roque, concluídos em 1891, quando se efetuam os últimos pagamentos. Esta intervenção fica registada no retábulo onde deixa a sua assinatura “Manoel Joaquim 18[…]”.
1812
Henrique António João de Sousa, na qualidade de Tesoureiro dos Juros Reais, solicita a certidão das quantias que recebera liquidadas dos juros da Alfândega Grande do Tabaco, na Casa das Carnes, na Mesa dos Vinhos e Frutos e na Casa dos Cinco da Cidade de Lisboa, a favor da Irmandade (AH/IMSRL Doc. 5, cx. 31).
1807
A Irmandade recebe as indulgências para a festa do seu Santo patrono.
1802
Realização do Inventário das alfaias da Real Irmandade de São Roque, pelo Padre Dionísio Paulo Monteiro, a 15 de Agosto.
1800
A Irmandade de São Roque encomenda a um gravador a realização de uma estampa devota de São Roque.
A estampa devota seria publicada na Novena do Glorioso S. Roque por ocasião da epidimia Cholera-Morbus no anno de 1832, da autoria de Fr. Mattheus da Assumpção Brandão (1778-1837).
Gravura de São Roque mandada imprimir pela Irmandade. "S. Roque.Advogado contra a peste q'se venera na sua Igr.ª e Caza da Miz.ª desta Corte. Anno 1800", Água-forte, 1800, IMSRL
1794
Sentença cível a favor dos Irmãos da Mesa da Irmandade, acerca da posse da propriedade, “e foro de 40$000rs de imposto em uma Horta chamada de Santa Luzia sita na Estrada da Charneca no sitio do Pote d’agua, e se compõem de casa, horta, vinha e olival, a qual ficou por falecimento de Francisco de Campos Leitão, pertencendo a sua mulher Jozefa Maria, a quem se fez penhora nos rendimento para pagamento da divida de foros. Dada em Lisboa a 19 de Setembro de 1794” (AH/IMSRL, Doc. 14, cx. 31).
1785
A ornamentação da Capela de São Roque para as festas e memória do Patrono da Irmandade (dia 16 de Agosto), inclui os paramentos brancos bordados a ouro (a cor branca é o símbolo da pureza, da alegria, da inocência e por isso é usada nas festas de Nosso Senhor, de Nossa Senhora, dos santos não-mártires e durante o Tempo Pascal e do Natal), sobre os quais são colocados os objectos ao serviço da litúrgia, a banqueta e tocheiros acesos e a exposição das Relíquias do Santo, conferindo a solenidade. Durante a Missa cantada, a capela está aberta a todos os fiéis (“Pauta dos dias em que a Real Capella de S. João Baptista deve estar aberta e Ornamentos que deve ter. 1 de Janeiro de 1785”, AH/SCML).
1779
Confirmação de um Alvará das antigas prerrogativas financeiras, de cujos documentos não se localizam no arquivo da Irmandade, designadamente: Alvará de 1 de Março de 1554, da atribuição da esmola de 6 mil réis; Alvará de 24 de Maio de 1559, da atribuição da esmola de 13 mil réis. (ANTT, D. Maria I, Registo Geral Mercês, Livro 6 – Fólios 282 e 283).
1775
Carta de doação à Irmandade da Casa da Misericórdia de todos os Bens que vagaram pela extinção de todas as Confrarias que se achavam erectas na Casa Professa de São Roque, no tempo em que esteve na posse dos Jesuítas, 1775 (ANTT, L.º 4 de Cartas e Patentes, 1774-1775, fol. 140v a 156v)
A Irmandade de São Roque solicita autorização à Irmandade de Misericórdia para continuar a sepultar os seus Irmãos na Capela de São Roque. A Mesa da Misericórdia determina que o poderiam fazer junto dos cancelos mas na parte exterior.
1774
Na documentação oficial consta a “Relação, Valor, e Rezumo de todos os Bens existentes da Caza Professa de São Roque, que foi dos Jesuítas extintos, e hoje da Caza da Mizericordia; e de todas as Confrarias também extintas da dita Igreja, exceptuando a da Capella do Gloriozo São Roque, que fica sabsistindo por ser Orago da mesma Igreja, e por que já existia quando os Sobreditos Regulares proscriptos entraram nella; e por isso não comprehendida no Sequestro, e extinção das outras Confrarias por elles fundadas; os quais Bens El Rey Meu Senhor tem doado a Caza da Mizericordia da Cidade de Lisboa” (ANTT, Ministério do Reino, Livro 1132, fl. 143 v.)
1773
Abertura do livro para “Certidoens das Missas das Cappellas Instituídas pela Alma de D. Brites da Costa e de Maria de Andrade”. Neste livro é anotada a Relação das Alfaias, vestimentas e Imagens pertencentes á Real Irmandade de S. Roque erecta na sua Igreja e St.ª Casa da Misericórdia desta Corte, realizada em 1842
1771
No livro de Despesa está anotado o pagamento do documento que comprova o “mandado e levantamento da Suspensão das Cap.as e Subsistência desta Irmandade; declarando-se nelle não ser esta Irmandade compreendida na extinção geral de todas as outras Irmandades desta Igr.ª, as quaes forão extintas pela expulsão dos Jesuítas; e cuja despesa se lançou esta verba, que assinou comigo o escrivão”. Esta é a certidão que comprova a não extinção da Irmandade (“Despesa da Irmandade de S. Roque sita na sua própria Igreja e Stª Caza da Misericórdia da Cid.e de Lisboa no ano 1771, sendo thesoureiro o Nº Ir. R. Prior de S. Nome Pedro Francisco Caneva”, AH/IMSRL cx 24A, fl.17v.).
1769
A Irmandade de São Roque mantém a administração do juro de uma apostila deixada por Bárbara da Cunha Tinoco e Bento Teixeira Feio, para ser aplicada nas despesas com a solenidade das Quarenta Horas. Apesar da expulsão da Companhia, a Irmandade cumpre o contrato estabelecido, pelo que o Rei autoriza que a Irmandade receba os 62$162 réis de juro (ANTT, D. José I, Chancelaria - Doações, Ofícios, Mercês, Privilégios, Livro 61- fólios 191 e 192).
1768
Doação da Igreja e Casa de São Roque à Imandade da Misericórdia (ANTT, Livro 2, 1766-1770, fol. 79 e seguintes). Na carta régia, D. José I faz a entrega à Irmandade da Misericórdia de todos os bens das extintas confrarias da Casa Professa de São Roque, designadamente: Nossa Senhora da Doutrina, Nossa Senhora da Boamorte, Nossa Senhora da Piedade, Jesus Maria e José, Santa Quitéria, de Santa Rita e S. Francisco Xavier.
1756
Os oficiais da Mesa permanecem em exercício de funções. O livro dos Termos de Posse só terá novos assentos no ano de 1762. A instituição mantém a sua atividade registando os seus actos no Livro de Receita e Despeza da Irmandade de Sam Roque de Lx.ª de 1755 p.ª56, 1756 p.ª 57 e 1757 p.ª 58 e 1758 p.ª 59 e 1759 p.ª 60 e 1760 p.ª 61 e deste p.ª 62, em que faleceu o thesoureiro o R. Prior Joze Caldeira.
1755
O Terramoto provoca alguns danos na Igreja de São Roque.
1754
Escritura de reconhecimento a favor dos Irmãos de São Roque que fez José Francisco Fazendeiro como enfiteuta de “um prazo em vidas que tinha comprado ao Doutor António Lopes Vieira, por escriptura de 5 de Novembro de 1754”, e que foi lavrada nas notas do tabelião Tomaz da Silva Freire. O foro está relacionado com a propriedade sita no Pote d’Agua e compõem-se de uma casa, horta, vinha e olival (AH/IMSRL Doc. 12, cx 31).
1734
A 12 de Junho, a Gazeta de Lisboa anuncia a impressão da “Novena do Glorioso S. Roque, advogado contra o mal da peste, especialmente contra as bexigas, com huma noticia sumaria da vida do mesmo Santo, e da fundaçam da sua Capella na Caza Professa de S. Roque, em cuja portaria se achará”. Trata-se de uma das primeiras Novenas de São Roque a ser impressa por Joseph Antonio da Silva, num ano em que a Irmandade promove um conjunto iniciativas e de aquisições excepcionais para a organização da festa em honra do Santo patrono.
1733
Testamento de Manoel Teixeira de Carvalho com uma postila de 10 mil réis de juro registado em padrão a favor da Irmandade de São Roque, para ser aplicada no ornato da capela de São Roque, onde o doador fora sepultado, assim como sua mulher Bárbara da Cunha Tinoco.
Neste ano dão-se por concluídas as obras da talha e de douramento da Capela de São Roque, com grande regozijo por parte dos Irmãos, o que levou a Mesa a ser reeleita por aclamação. O ato eleitoral decorre no dia 20 de Setembro, na sacristia da Capela, com a presença dos oficiais da Mesa e os Irmãos. Durante a cerimónia é “descoberta a obra que se tinha principiado da talha e dourado da nossa Capela da banda da Tribuna, e da outra parte depois da festa do nosso Santo” (AH/IMSRL Doc. 14, cx 2, “Termo de Posse dos Irmãos”).
1732
Por alvará de D. João V, a Irmandade de São Roque passa a receber duas esmolas, de 70 e 50 réis, respectivamente. Uma das esmolas é atribuída pelo rei, enquanto Provedor Perpétuo da Irmandade e a outra é para celebração de missa pelo príncipe D. José, também Irmão de São Roque.
1716
As solenidades em honra da beatificação do Padre João Francisco Regis, promovidas pela Companhia de Jesus, decorrem durante vários dias, encaminhando para a Igreja de São Roque inúmeros fiéis e membros da comunidade jesuíta. As cerimónias decorrem no interior e no exterior do templo, culminando com a grande procissão que percorre a Rua de Matacães, Rua da Atalaia, Travessa dos Ingleses, e Rua da Rosa até o cortejo sair na Rua do Loreto e subir a Rua Larga de São Roque, entre o ressoar dos clarins do Senado com as suas librés.
A Procissão é aberta pela Congregação de Nossa Senhora da Doutrina, com mais de oitocentos Irmãos, que transportam o andor de prata com a imagem da Senhora da Doutrina, seguidos pela Congregação de Nossa Senhora da Boa Morte, com o andor de prata com a imagem de Nossa Senhora da Conceição; segue-se o guião da Congregação da Gloriosa Virgem e Mártir Santa Quitéria e os Irmãos transportam o andor de prata com a imagem da Santa; segue-se a Cruz da Congregação de Santo António, que é a primeira vez que surge em público, acompanhados pelo juiz, Marquês de Valença, com sua vara em prata, seguido pela Cruz da Congregação de Jesus Maria e José, também conhecida por Congregação dos Nobres em alusão à classe social dos seus confrades. Segue-se a Cruz da Confraria de São Roque e logo a Cruz da Companhia de Jesus, o andor de prata com a imagem de João Francisco Regis, que é transportado por dois religiosos trinos e dois jesuítas; segue-se o pálio de oito varas conduzido por padres jesuítas, sob o qual é levado o Santo Lenho nas mãos do Provincial da Companhia. A ladear o pálio vão doze padres de S. Domingos e os fiéis. A sumptuosidade da cerimónia é revelada pela qualidade das vestes processionais, da intensidade da luz que ilumina todo o cortejo, mas as tochas que se concentram em redor do pálio são levadas pelos Irmãos da Confraria de São Roque, e a nobreza e “gravidade de pessoas” desta associação fechava todo o cortejo, merecendo um “devotíssimo aplauso” da população que assistia (Relaçam das Festas que os Padres da Companhia de Jesus da Casa Professa de S. Roque em a Cidade de Lisboa, Fizerão em a Beatificação do Beato Padre João Francisco Regis, sacerdote Professo da mesma Companhia. Lisboa: Officina de Pascoal da Sylva, 1717, pp 3-27).
1707
A 16 de Agosto celebra-se a Festa em Honra de São Roque. Neste ano o protocolo impunha as seguintes precedências nos actos e nos procedimentos:
“Comungão os Irmãos. No dia de Nossa Senhora [15 Agosto] ao jantar se abrem os santuarios como se custuma e porá no altar mor em lugar da Senhora hum S. Roque que vem da Casa de M.el Teyxeira de Carvalho, e da outra banda sobre outra pianha o braço que tem a sua Relíquia. Este se dá a beijar a noite a comunidade, e a Cruz do Santo Lenho e mudase a cera tirandose a de Nossa Senhora e pondosse a que os Irmãos do Santo dão, também o Senhor eisposto, no tempo da Missa, tem vesporas solenes, e assim em tudo se fará como se fez na festa de Nossa Senhora.
A vespora vai p.ª a Capela de S. Roque, o pe de prata que tem a sua Relíquia e torna a vir ao dia a tarde p.ª o Santuário | Vai o pe do S.º p. a sua Capela”.
1698
A Irmandade recebe uma apostila de dez mil réis de juro, que foi doada por Manoel Teixeira de Carvalho (AH/IMSRL Doc. 7, cx. 46)
1697
Realização da escritura pública de umas casas na Praça da Palha, que João Gomes de Moura compra ao Padre João de Faria, Superior do Colégio de São Francisco Xavier, da Companhia de Jesus.
1694
A Irmandade de São Roque promove um conjunto de beneficiações na Capela de São Roque, tendo sido realizadas as obras de talha e douramento do retábulo pelo mestre Manoel Soares. A empreitada prolongar-se-ia até ao ano de 1897.
1686
Um Padrão no valor de 90 mil réis é passado a favor da Irmandade de São Roque.
1680
A benemérita Bárbara da Cunha Tinoco, viúva de Bento Teixeira Feio, tesoureiro-mor da Fazenda, doa uma apostila anual de 62$162 réis de juro aos padres da Casa Professa de São Roque, que é confirmada por decisão régia. O Padre Prepósito pede para que o juro seja registado em nome da Confraria de São Roque, com a declaração de que esse valor lhe seria entregue para ser aplicado nas despesas da festa das Quarenta Horas.
1657
É passada uma Apostila de 5.700 réis de juro à Confraria de São Roque.
1650
Lápide de pedra com a inscrição das missas obrigatórias que a Irmandade de São Roque tem de celebrar por alma de Brites da Costa e seus familiares (AH/IMSRL Doc. 10-11-12-13, cx 46).
“ESTA IRMANDADE DE S(ÃO) ROQVE HE OBRIGADA / A MANDAR DIZER NA SUA CAPELLA, Q(VE) TEM NESTA /IGEIA. DVAS MISSAS QVOTIDIANAS, Q(VE) NELLA INSTI-/VHIO D(ONA) BRITIS DA COSTA, HVA POR SUA ALMA, E DE / SEV TIO MARÇAL DA COSTA, E DE SEVS DEFVNTOS, E OVTRA PELA ALMA DESVA TIA D(ONA) M(ARI)A DE AN- /DRADE, E SEVS DEFVNTOS, PERA O Q(VE) DEV 90 U R(EI)S / DE IVRO, POR ESCRETVRA FEITA NAS NOTAS DE LV- / IS DO COUTO T(ABELI)AM NESTA CIDADE EM 2 de 7 BRO de 1650”.
Nesse ano, os Irmãos de São Roque compram a António da Silva e sua mulher Joana de Pavia, o juro de 4$470 réis assente na Casa das Carnes da cidade de Lisboa.
Lápide com a inscrição das missas quotidianas instituídas por Brites da Costa.
1649
Dona Brites da Costa, herdeira e testamenteira de sua tia Dona Maria de Andrade, manda substituir a missa quotidiana que realizava na Igreja de Santo Eloi para a Igreja de São Roque, onde foi sepultada em Julho de 1649. O procurador dos Padres de Santo Eloi apela para que se cumprisse a primeira vontade da testadora, mas o Acordão da Relação é a favor da suplicante Brites da Costa, sendo o desembargo publicado no dia 25 Janeiro de 1650 e a sentença é passada pelo reverendo Cabido a 29 de Janeiro de 1650.
Dona Brites de Andrade é filha de Brites de Andrade e de Sebastião da Costa (escrivão da câmara de D. João III), e neta de João Antero da Costa, proprietário dos terrenos onde se edificou o Bairro Alto.
1647
O Padre Balthesar Telles descreve que a lápide estava sobre a porta da Sacristia da Capela de São Roque:
“De huma pedra antiga, que está sobre a porta da Sancristia da Confraria de Sam Roque, consta haverse começado esta ermida, no Era 1506 aos 24 de Março: e que foy consagrada authoritade Apostolica com indulgencias pelo Bispo Dom Duarte e no anno de 1515, aos 25 de Fevereiro. E de outra pedra, que temos conservada na casa de Sam Roque com hum fermoso letreiro de letras Goticas, consta que no anno de 1525 se consagrou o adro da ermida com a mesma authoridade e indulgencias pello Bispo D. Ambrozio” (Balthesar Telles, “Chronica da Companhia de Iesus da Província de Portugal”, Lisboa, Paulo Craesbeek, MDCXLVII).
1643
Um Irmão de São Roque morre no dia 26 de Dezembro e é enterrado no número 83 (a fl. 104). (RIBEIRO, Victor, “Obituários da Igreja e Casa Professa de São Roque da Companhia de Jesus desde 1555 até 1704”, Lx.ª, Academia das Sciencias de Lisboa, 1916, p.70).
1642
A 1 de Janeiro inicia-se a celebração do Jubileu das Quarenta Horas, passando a Irmandade a receber um juro de 62$162 réis, que são cobrados na Alfândega da Cidade de Lisboa (AH/IMSRL Doc. 4, cx 29).
1638
O Irmão João de Figueiredo, ferrador, Irmão da Irmandade de Nossa Senhora da Doutrina e de São Roque, morre no dia 23 de Março e é enterrado na 4.ª cova, da 4.ª ordem, com o número 67, a fl.88 - 337 (RIBEIRO, Victor, “Obituários da Igreja e Casa Professa de São Roque da Companhia de Jesus desde 1555 até 1704”, Lx.ª, Academia das Sciencias de Lisboa, 1916, p.68).
1636
No enunciado das Noticias eclesiásticas de Lisboa é referido que na sequência do contrato estabelecido entre as instituições, a Companhia de Jesus dá uma nova Sacristia à Irmandade. Esta nova Sacristia/Casa do Despacho situa-se atrás da capela de São Roque, no Claustro da Portaria, sendo essa obra suportada por Luís Rodrigues de Elvas, o padroeiro (benfeitor) da Capela de São Francisco Xavier.
O Irmão Luís Antunes, alfaiate, morre a 14 de Fevereiro de 1636 e é enterrado na cova número 82, a fl.103, 3, 352, da Igreja de São Roque. Na cova seguinte (número 83, a fl. 104, 353) está um Irmão que falecera a 26 de Dezembro de 1643 (RIBEIRO, Victor, “Obituários da Igreja e Casa Professa de São Roque da Companhia de Jesus desde 1555 até 1704”, Lx.ª, Academia das Sciencias de Lisboa, 1916, p.70).
Neste ano, o Padre Manuel da Veiga conclui as memórias históricas sobre a edificação da Casa Professa, suas Irmandades e a Ermida São Roque. No manuscrito são enunciadas todas as relíquias existentes, incluindo as de São Roque que são veneradas pela Irmandade.
1635
A 16 de Abril, o Padre Provincial António Mascarenhas autoriza os Irmãos de São Roque a enterrarem o Irmão António Fernandes, ladrilhador, com o n.º 81, a fl. 102, 349, (da 5.ª ordem) defronte da capela do Santo. Com o número 82 (a fl. 102), 350, está enterrado Duarte da Motta, pedreiro, que falecera a 15 de Janeiro de 621 (RIBEIRO, Victor, “Obituários da Igreja e Casa Professa de São Roque da Companhia de Jesus desde 1555 até 1704”, Lx.ª, Academia das Sciencias de Lisboa, 1916, p.70).
1633
O acordo celebrado entre os padres jesuítas e os Irmãos de São Roque é perpetuado numa lápide de pedra, que é afixada nas áreas patrimoniais afectas à Irmandade. Actualmente, a lápide encontra-se sobre a verga da porta da Casa de Despacho na Igreja de São Roque.
“A ESCRITTVRA DO CONCERTO / ENTRE OS P(ADR)ES DESTA CASA, / E OS IRMÃOS DE S(AM) ROQVE / SOBRE A SVA CAPELLA, / E SACRISTIA SE FEZ/ NA NOTA DO TABELLÃO / LOVRENÇO DE FREITAS / A 19 DE 8BRO DE 1633”
Lápide comprovativa do acordo entre os Padres Jesuítas e os Irmãos de São Roque.
1627
Os Irmãos de São Roque compram um Padrão de juro a Heitor da Silveira (ANTT, Filipe III, Chancelaria Régia, Doações, Livro 21).
1626
O Irmão António Francisco, carpinteiro, e Irmão da Confraria de S. Roque, morre a 26 de Março e é sepultado na Igreja de São Roque, (número 64, a fl. 85 - 332 - na cova 4.ª, 4.ª ordem e com o número 64) (RIBEIRO, Victor, “Obituários da Igreja e Casa Professa de São Roque da Companhia de Jesus desde 1555 até 1704”, Lx.ª, Academia das Sciencias de Lisboa, 1916, p. 67).
1623
Apostila passada à Confraria de São Roque no valor de 40 mil réis.
1622
É atribuída uma apostila de 8 mil réis à Confraria São Roque.
A 21 de Outubro é realizada a alteração financeira da Apostila de 12 mil réis, de que são usufrutuários os Juiz e Oficiais da Confraria de São Roque. Esta alteração surge após o decreto régio de 13 de Dezembro de 1614.
1616
Numa descrição sobre a Capela de São Roque é afirmado “Esta capella he da comfraria de S. Roque ē q. ate oje 30 de janeiro de 616 não está ninguem enterrado nella. (assinado) Luis Pereira”(RIBEIRO, Victor, “Obituários da Igreja e Casa Professa de São Roque da Companhia de Jesus desde 1555 até 1704”, Lx.ª, Academia das Sciencias de Lisboa, 1916, p.51).
1613
Num documento relativo à contenda entre a Casa de São Roque e o Dom Francisco da Gama localiza-se a lápide da sagração do cemitério no muro do Adro da Peste.
1606
A 5 de Junho é instituída a Capela de missas de Martim Gonçalves da Câmara a favor da Irmandade de São Roque, cujos assentos passam a ser registados no Livro para Certidoens das Missas da Cappella Instituhída por Alma de Martim glz. da Câmara e suas tenções anexas, no período de 1773 a 1817 (AH/IMSRL Doc. 33, cx.46).
1605
A realização do “Compromisso da Irmandade Benaventurado São Roque em a Igreja da Companhia de Jesus Ordenado pelos Irmãos desta Antiga Confraria em Lisboa o Año de M.D.C.V.”, marca um novo período de vida da instituição após o acordo celebrado com a Companhia de Jesus. A realização deste instrumento regulamentar é fundamentado pela necessidade de estimular os princípios e fervor devocional ao Santo, como manifestação dos princípios originários por parte dos confrades. O Compromisso particulariza e rege as funções e códigos de conduta dos 72 irmãos, que devem ser “pessoas honradas, virtuosas e abastadas que possam servir, favorecer e ajudar”, prestando o auxílio e assistência tanto espiritual e material aos Oficiais, Irmãos, familiares e benfeitores defuntos. As obrigações instituídas pela autoridade do Compromisso dão sentido às acções conjuntas de vida espiritual de Venerar a Relíquia; honrar todos os Irmãos e serem presentes na Igreja e Capela do Santo; participar nas celebrações do Dia do Santo (16 de Agosto); participar nas Celebrações do Dia de São Sebastião (20 de Janeiro); comungar no Dia da Festa de São Roque ou na Véspera (se estivesse envolvido na organização da Festa); realizar as Vésperas Solenes com Missa Cantada; organizar a Festa do Santo com Missa Cantada, Pregação e Veneração à Relíquia de São Roque.
Nesse ano, são colocadas as “Pedras dos luguares sanctos de Hyexusalle q[ue] Trouxe Inacio de Lima. E os deu a Confraria do Bem auenturado S. Roque – e se meterã neste Rellicario sendo elle Juiz da confraria año de 1605”, como se afirma no texto redigido num fragmento de papel, que se encontra dentro do Relicário de São Roque, executado em madeira prateada, encomenda que é feita no século XIX.
1603
A Relíquia de São Roque está guardada em “um cofre de madrepérola que he da Confraria de S. Roque, tem dentro huma relíquia do mesmo Santo que he da Confraria” (BNP, Cod 207, fl.14, Reservados).
A Confraria manda executar um novo relicário em “pirâmide per modo de pivetário, com sua cruz em cima, tudo de prata. Tem uma relíquia de S. Roque, e dentro um forro de cobre, fechado, com várias relíquias, como diz o letreiro. Esta peça é da Confraria de S. Roque” (AH/B SCML, Roq. Inv. 8, fl. 8).
1600
Num manuscrito da Companhia de Jesus são descritas diferentes relíquias de São Roque, a sua localização, forma de incorporação e propriedade.
A Relíquia de São Roque da Irmandade encontrava-se na “Capela ou na dos martyres huá pyramide de prata cõ huá reliquia de S. Roq[ue], e outras dos lugares S.tos Jerusal. He da cõfraria de S. Roq[ue]”.
O relicário tem a forma de um braço, no qual se guarda a relíquia do Santo, tendo sido oferecido pelo oficial da Mesa, D. Duarte da Costa, importando“dez marcos de prata e com feitio ouro pedras chegou o custo a corenta mil rs”.
Dom Duarte da Costa é, pelo menos desde 1593, oficial da Mesa da confraria juntamente com Ignacio de Lima e Manuel Lourenço Soares, e é em sua casa que assinam uma das cópias do contrato das missas a celebrar por alma de Martim Gonçalves da Câmara.
1598
Padrão a favor da Confraria de São Roque, no qual é nomeado o contador Gaspar Fernandes Redovalho, que também participa na elaboração do Alvará Régio de 1567 (AH/IMSRL Doc.21, cx 1).
1594
Escritura de declaração e aceitação, celebrada a favor dos Irmãos de São Roque, acerca da administração de uma missa quotidiana que encomendara Martim Gonçalves da Câmara, para ser celebrada na Capela de São Sebastião, conforme o contrato que fez com os mesmos Irmãos, em 21 de Maio de 1592. A escritura é lavrada nas notas do tabelião Luís de Paiva, a 20 de Dezembro de 1594 e a pública forma passada pelo Tabelião Luiz Correa de Almeida, a 3 de Outubro de 1653 (AH/IMSRL Doc. 6, cx. 46).
O juiz da Irmandade é Ignacio de Lima e é ele que oferece as “Pedras dos luguares sanctos de Hyexusalle” que são colocadas dentro do Relicário São Roque.
1593
A sagrada Relíquia de São Roque encontra-se guardada num “cofre de madepérola da confraria de S. Roque. (…); a relíquia do mesmo Santo, que é da Confraria…” como se descreve num registo da Companhia de Jesus (AH/SCML, Roq. Inv. 3, fl. 3).
1587
O Padre Geral, Claudio Aquaviva, descreve minuciosamente a constituição da Casa Professa no texto “Livro P.º da Historia da fundação, e progresso da casa de S. Roque feita ē Março de 1574. e reuista, acrecentada, e proseguida em o fim de Dezembro de 1587” (BPN, COD 4491, Reservados), incluindo uma descrição histórica sobre a constituição da Ermida e, sobre as Relíquias de São Roque, localiza-as no templo e descreve a sua forma de incorporação e propriedade.
1584
Francisco Matos realiza o revestimento azulejar para a Capela de São Roque. A obra cerâmica é caracterizada pela inserção da iconografia alusiva aos atributos de São Roque (cão com pão na boca e um bordão).
Neste ano é realizada a escritura de doação de uma casa na Rua do Norte (no Bairro Alto de São Roque), propriedade de Dona Isabel de Carvalhais a favor da Irmandade de São Roque, para que esta celebre para sempre uma missa na Sexta-feira Santa e mais quatro missas nos dias de Nossa Senhora, por alma do marido Pedro Fajardo e de sua filha, Brites (AH/IMSRL, Doc. 9, cx. 31).
1583
O Papa Gregório XIII concede um Privilégio à Irmandade de São Roque, atribuindo-lhe as mesmas graças e privilégios que gozava a Archiconfraria da Caridade de Roma, instituída em 1519.
A solicitação parte do procurador da confraria Emanuelem Lourenço Suarez (Manuel Lourenço Suarez) e o pedido fica registado na documentação da Irmandade de San Girolamo, da cidade de Roma. O documento emanado de Roma é uma marca distintiva para o exercício da prática evangélica que a comunidade cristã de São Roque deveria cumprir, distinguindo-se assim pelo exemplo de fraternidade e de dedicação aos outros: dar sem esperar nada em troca. Este é o vínculo que marca a associação espiritual, caritativa e de comunhão entre as duas instituições.
A partir deste momento é declarado que a confraria passa a ter o ónus de duas libras de cera e a participação das indulgências “Aggregavit societatem Sancti Rochi in ecclesia Sancti Rochi Societatis Jesus cum participatione indulgentiarum quam petiit D. Emmanuel Suares cum annua recognitione librarum duarum cere laborate quolibet anno persolvendum in festo Sanct Hieronimi et mandarunt expediri literas pro forma extra muros civitatis Ulixbonensis” (“San Rocco di Lisbona e San Girolamo di Roma”, carta 119 v del medesimo tomo 222, Archivio di Stato di Roma).
Privilégio de Associação da Confraria de São Roque à Arquiconfraria da Caridade de Roma. Pergaminho iluminado.
1580
Carta de padrão a favor da Confraria de São Roque.
1579
O cavaleiro Diogo Telles deixa uma esmola de 40 mil réis à Confraria de São Roque.
1577
A obra da Igreja de São Roque encontra-se bastante avançada.
1573
No “Livro primeiro de tombo das propriedades foreiras à Câmara desta muy insigne cidade de Lisboa” estão descritas algumas das propriedades existentes perto da Casa Professa de São Roque.
1567
Alvará régio que concede à Irmandade de São Roque uma esmola de 13 mil réis ano, na sequência da entrega da Casa e Quintal à Companhia de Jesus (AH/IMSRL Doc.21, cx 1).
1560
Conclusão da portaria da Igreja que segundo descrição coeva “he pequena, he muito graciosa. Tem sete capelas e três casas pera os padres. Poderemos ter feita a terça parte da Igreja e ficavão por fazer duas partes ou mais. Temos feito 40 e 3 cobicolos a ser aposento dos noviços que hé huma casa grande e três cobiculos. Teremos ainda por fazer mais de hum terço do edifício. Temos duas cisternas muito boas de que tínhamos grande necessidade polla muita falta que há neste bairro de água” (“Fundação e Progressos da Casa Professa de São Roque,1560?”, ARSI, Lusitânia 82, fls 101 e 101v., Brotéria).
1559
Realiza-se a escritura (24 de Maio) da doação da Casa e Igreja antiga da Irmandade à Companhia de Jesus.
1557
Sentença cível entre o Vigário e Beneficiados da Igreja de Santa Justa contra os Mordomos de São Roque, acerca da obrigação que os padres de Santa Justa têm de pagar todos os anos no dia de São Roque, para cantar as vésperas e oficiarem a Missa, por esta ser uma das Capelas que é anexa à freguesia apesar de ficar fora dos muros da cidade (AH/IMSRL Doc. 4, cx 46).
1555
Início da ampliação da Ermida com a construção de “um corredor estreyto com oito cubiculos na parte superior e algumas casas por bayxo, com que poderam de algum modo respirar e ter algum allivio nos apertos em que viviam. Remediados estes como puderam, trattaram logo de estender a ermida pera dar lugar aos grandes auditórios que a ella concorriam, o que fizeram dispondo a ermida, tomada ao comprido, que era do Oriente a Poente, ficasse servindo de cruzeyro e capella-mor, e que de Norte a Sul se acrescentassem em comprimento oitenta palmos, que corriam do lugar onde hoje está o púlpito até à porta que agora he a principal da igreja” (“História dos Mosteiros Conventos e Casas Religiosas de Lisboa”, 1962, p.222).
1554
A Confraria de São Roque recebe um Alvará Régio (1 de Março), no qual lhe são atribuídos seis mil réis de indeminização por não poder ter caixas de esmolas, nem realizar peditórios no templo, agora sob a propriedade da Companhia de Jesus. A única excepção é poder receber a jóia ou anual (esmola) que os confrades pagavam na missa do seu compromisso.
1553
A 30 de Setembro é passada a Provisão régia da entrega da Ermida de São Roque da Irmandade de São Roque à Companhia de Jesus.
No primeiro Domingo de Outubro de 1553 realiza-se a cerimónia oficial da entrega da Ermida à Companhia de Jesus, com a celebração de uma Missa Solene pelo Padre Jerónimo Nadal, Comissário-Geral da Companhia de Jesus na Província de Espanha.
A Companhia de Jesus inicia os seus ministérios, missas, pregações, confissões e comunhões, mas rapidamente a Ermida se torna pequena demais para acolher a imensidão de fiéis que aí se dirigia para ouvir a palavra divina, tendo que permanecer no exterior do templo. Junto à Ermida existiam umas casas térreas, uma em que se “recolhia o capellam do Sancto e o ermitam, e outra que servia a alguma pessoa devota que vinha fazer novena ao Sancto” (“História dos Mosteiros Conventos e Casas Religiosas de Lisboa”, 1962, p.220).
1551
No “Summario em que brevemente se contem algumas cousas assim ecclesiasticas como seculares que ha na cidade de Lisboa”, o Padre Cristovão de Oliveira descreve a cidade nas suas múltiplas valências e dimensões comercial, assistêncial e institucional. Na exposição sobre o universo espiritual são identificadas as seguintes confrarias de invocação de São Roque:
“- Freguesia N.ª Senhora dos Mártires
Igreja dos Mártires
(….) a confraria de São Roque.
- Freguesia de S. Miguel
Igreja de São Miguel
(…) a confraria de São Roque
- Ermida São Roque
A Ermida de São Roque está na freguesia de Santa Justa. Tem confraria do mesmo Santo. Valem as esmolas cincoenta cruzados
- Mosteiro do Carmo
(…) a confraria de São Roque”.
A obra é impressa em 1554 ou 1555, o que nos leva a afirmar que a confraria de São Roque, sediada no Mosteiro do Carmo, corresponde à instituída pelo grupo de Carpinteiros de Machado que em 1553 sai dissidente da confraria estabelecida na Ermida de São Roque. Na Igreja de São Miguel são instituídas as confrarias do Santíssimo, São Miguel, Nossa Senhora, Espírito Santo, São Roque, Santa Ana, Santa Catarina e São Sebastião, rendendo de esmolas 300 cruzados.
1545
No decurso das obras no Mosteiro da Trindade, D. João III autoriza a abertura na muralha fernandina de um postigo de acesso ao Loreto e São Roque (AML, Chancelaria Régia, Livro III de D. João III, doc. 27, PT/AMLSB/AL/CMLSB/ADMG-E/02/0893).
1540
Entrada da Companhia de Jesus em Portugal.
1527
Consagração do adro da Ermida de São Roque pelo Bispo de Rociona, D. Ambrósio Brandão e, a perpetuar esta cerimónia, é realizada uma lápide com a seguinte inscrição:
“Adro da peste co(n)sagrado p(er)/ ma(n)dado del rej noso S(enh)or e(m)/ xxiiij de majo de j bc xxbij p(er) o / b(is)po do(m) a(m)brosio co(m) i(n)dullge(n)cias”.
Lápide da consagração do adro da ermida, pelo Bispo de Rociona, D. Ambrósio Brandão.
1526
Aforamento da Herdade de Pão (escritura realizada a 12 de Janeiro) feita pelo Convento de São Domingos de Lisboa a Diogo Fernandes e, que, no ano de 1558, será vendida aos padres da Companhia de Jesus.
Tratava-se de uma “terra de paão que jaz jumto da hermyda de Sam roque da dita cidade que levava vimte alqueires de triguo de semeadura pouco mais ou menos e parte da bamda do Sull com a barbacaa dos muros da dita cidade, (…)”.
1523
Os novos surtos de peste que ocorrem em Lisboa, levam o rei D. João III a estabelecer dois novos cemitérios para que “os mortos dos ares de peste se lancem fora dela (…); um na erdade q(ue) esta fora do postigo de sam vicente, sobre samta mª do paraíso, e outº na q(ue) esta sobre San Roque” (AH/CML, Liv.º I do Provimento da Saúde, Almeirim, 11 Abril de 1523).
Nascimento de São Roque [primeira das quatro Tábuas da Vida de São Roque que constituíram o retábulo da primitiva Ermida de São Roque], Jorge Leal / Cristovão de Utreque (?), c. 1520, óleo sobre madeira, IMSRL
1516
A celebração do contrato de aforamento da Vila Nova de Andrade marca o recomeço de uma nova fase de aforamento urbano e de expansão do Bairro Alto de São Roque.
1515
A 25 de Fevereiro, a Ermida de São Roque é consagrada pelo Bispo D. Duarte, também bispo de Dume, com funções na zona de Bragança e, a assinalar este solene acto, é lavrada uma lápide em material pétreo com a seguinte inscrição:
“na era de mjl e bc e bj aos xxiiii : / dias de m(ar)ço se adificou esta ca-/ sa de sam Roque (e) na era de mjl / bc e xb aos xxb dias de feuer(ei)º / se co(n)sagrou polo b(is)po do(m) duar-te e o dito b(is)po outrogo(u) p(er) autorida - /de apostolica e(m) cada hu(m) an(n)o aos xx /b d(ias) de f(euerei)rº R d(ias) de vera e(n) – dulige(n)cia / s(n)do aloy pi(rez) mordomo”.
Lápide da consagração da Ermida de São Roque, pelo Bispo D. Duarte.
1513
Em 15 de Dezembro é realizada a escritura da Vila Nova d’Andrade pelo tabelião Braz Afonso. Este é um novo tempo de urbanização do Bairro Alto, num projecto mais abrangente e que se inicia em 1498, sob determinação régia, para a constituição de uma nova parte da cidade, sob um moderno desenho urbano, consubstânciado numa inovadora malha de loteamento em quarteirões e alinhamento de ruas, de novas técnicas construtivas e arquitectónicas como a supressão de balcões, balcoadas para assegurar uma maior segurança e amplitude viária. Assim, de 1498 a 1503, o plano constrói-se a partir da linha de costa junto ao rio Tejo e sobe a encosta até às Portas de Santa Catarina (actual Largo do Camões). O novo período urbanístico, iniciado em 1513, corresponde à malha que se estende para norte da Rua do Loreto em direção ao Bairro Alto, numa planimetria de quarteirões que se desenvolvem numa grelha com dimensões que se aproximam ao duplo quadrado.
1506
As Relíquias chegam a Lisboa e são recebidas pelo “Augustissimo Rey, da Corte e de todo o mais povo, com grande devaçam e confiança, que o santo largamente ao diante remunerou” (TELLES, Baltasar, “Chronica da Companhia de Jesus na Província de Portugal e do que fizeram nas conquistas deste Reyno os religiosos que na mesma província entraram, nos annos em que viveu Sancto Ignacio de Loyola”, Lisboa, Paulo Craesbeeck, 1645-1647).
A 20 de Março deste ano, a Confraria de São Roque recebe, por doação perpétua e irrevogável do Mosteiro de São Domingos da cidade de Lisboa, uma terra e herdade para edificar “a Igreja com sua alpendorada e dedicada ao Bemaventurado São Roque” (AH/IMSRL Doc. 8, cx 31). A Ermida é edificada à custa dos devotos e, entre estes, os homens de mester de Carpinteiros de Machado da Ribeira das Naus (FREITAS E AZEVEDO, “Memorias Históricas da Real Irmandade do Gloriozo S. Roque dos Carpinteiros de Machado. Estabelecida na sua Capela do Real Arsenal da Rib.ª das Naus 1781”, Arquivo Histórico da Marinha).
A 24 de Março de 1506 inicia-se a construção da Ermida de São Roque numa colina de Lisboa, fora da cerca Fernandina, junto do cemitério de pestíferos. Esta é a primeira ermida e confraria de São Roque que se edificou em Portugal, com altar para a exposição da Relíquia que acontecia nos momentos de peste, de jubileo e na festa do Santo. Foi designada por primaz, merecendo o reconhecimento e tendo o exclusivo de realizar a festa do Santo no dia 16 de Agosto, sem que as outras confrarias pudessem celebrá-lo nesse dia sem consentimento do juiz e dos mordomos da confraria, como é afirmado no Compromisso da Irmandade (1605). Esta decisão é igualmente arrogada pela Confraria da Corte (que da anterior se afastou), e por isso estes confrades fazem a festa ao Santo no domingo seguinte (BNP, “Historia da Fundaçam, e progresso da Casa de Sam Roque E Padres e Irmãos de notauel exemplo E uirtudes que nella Faleçerã ou Frutificarã E cousas mais notaueis cõforme à ordē de N. Pe Geral Claudio Aquauiua E começado Anõ de 1553. Livro P.º da Historia da fundação, e progresso da casa de S. Roque feita ẻ Março de 1574 e reuista, acrecentada, e proseguida em o fim de Dezembro de 1587”, Cod 4491).
1496
O início do reinado de D. Manuel fica marcado pelos vários ciclos de peste e a população, atingida por doença súbita, desamparada pela angústia de não ter quem lhes garantisse gestos de caridade e socorro, descobre na figura de Roque de Montpellier, um exemplo de dedicação aos outros e de caridade, sendo tomado como patrono.
Com a República de Veneza, e apesar das desconfianças e rivalidades, são firmadas relações entre D. Manuel I e o Doge de Veneza, Leonardo Loredan, que permitiram que as relíquias de São Roque viessem de Veneza até Lisboa.