
A Irmandade da Misericórdia e de São Roque de Lisboa celebra o seu Orago no primeiro Domingo de Outubro desde, pelo menos, meados do século XX. Neste dia evoca-se também o ano de 1553, no qual a Confraria de São Roque entregou a primitiva Ermida de São Roque à Companhia de Jesus, para a edificação da Casa Professa dos Jesuítas.
Atualmente os festejos em honra de São Roque compreendem dois tempos celebrativos: um de natureza cultural, que é realizado no Sábado, que fomenta a associação espiritual e de comunhão de graças, que se realiza no Domingo. Os festejos de Domingo iniciam-se com a Eucarística na Igreja de São Roque e esta Liturgia é um marco na evangelização, pautando-se pela beleza da comunhão e partilha entre Deus e o seu povo.
Nesta Santa Missa está exposta a Relíquia de São Roque, que foi solicitada pelo rei D. Manuel à Sereníssima República de Veneza e que chegou a Lisboa em 1506. Esta Exposição ocorre uma vez ao ano para a veneração dos fiéis que a ela intercedem pedindo proteção divina no combate aos flagelos que se colocam à vida humana. Os gestos de expor, venerar e de zelar pela Relíquia de São Roque, bem como de rezar pela saúde dos povos, é uma das responsabilidades dos Irmãos e pauta a atividade matricial da Irmandade de São Roque, como se refere no Compromisso de 1605.
Durante a Missa são entoados os cânticos e o Hino de São Roque, e lido o texto do nono e último dia da Novena de São Roque, uma oração em que se pede a intercessão do Santo, que no seu testemunho de caridade se torna o nosso ponto de partida para alcançar a esperança e entregar da nossa vida nas mãos de Deus, como verdadeiro ato de Fé.
A Eucaristia termina com a Bênção com a Relíquia, a distribuição do Pão de São Roque, que simboliza o alimento e o amparo da comunidade humana, e a entrega da Pagela, que todos os anos é produzida para esta celebração e que, de forma iconográfica, recorda a figura do Santo e os seus atributos (bordão e manto de peregrino, perna chagada para ser identificado pela doença contraída e o cão que acompanha e serve de amparo, trazendo o pão).