Consola-me saber que o Presidente da nossa República Portuguesa é cristão. Cristão, católico e praticante.
Vai à Missa, como nós; comunga, como nós; vai a Fátima, como nós; incorpora-se nas Procissões, como nós.
Tudo simples, tudo natural.
Sempre o conheci assim.
E porque é genuíno, não choca quem segue outras espiritualidades.
Não é ostensivo no testemunho da Fé.
Nem provocativo.
Recordo-me de quando vinha à Irmandade, abordar connosco as questões mais difíceis que nos preocupavam. Então, além de genuíno, foi brilhante.
A Irmandade tem uma relação saudável com o Professor Marcelo Rebelo de Sousa.
Na sua vivência na Fé, não foi diminuído pelo falar e agir cauteloso dos políticos. Não procura a frase ou a postura artificiais que visam compromissos e equilíbrios.
E isto é importante.
Com a Fé estão Valores. São os dele e os nossos.
Com os Valores está a Moral. E, graças a Deus, é a Moral dele e a nossa.
E são estes Valores e esta Moral que estão no seu Magistério.
Saber que o mais alto magistrado da Nação tem presente, nas suas decisões de Estado os Valores e a Moral cristãs, consola.
Consola os nossos corações atónitos que assistem à Imoralidade ou Amoralidade com que os poderosos do Mundo nos empurram cada vez mais para o Dinheiro e o Egoísmo.
Nunca pensei ver que um governante ordenasse à sua Marinha de Guerra para impedir o desembarque, no seu território, de centenas de miseráveis, ou migrantes, como agora se diz e os abandonasse à sorte do mar sem horizonte, sem recursos e sem forças.
Como foi possível ao Comandante do Vaso de Guerra italiano dar a ordem? E aos marinheiros cumpri-la?
As Marinhas de Guerra ao longo dos tempos e por todo o Mundo, sempre respeitaram um Código de Honra exigente.
Tinham valores nobres e respeitáveis.
Os migrantes tinham fome e pediam pão; tinham sede e pediam água; estavam sem abrigo e pediam abrigo.
Tudo isto, Irmãos, é-nos familiar.
Tudo isto, e ainda muito mais, são, para os nossos valores, Obras de Misericórdia.
No Governo italiano e na Marinha de Guerra italiana já não se sabe o que isso é. E não sei qual o Código de Honra que praticam, a haver algum.
Por isso, facilmente se compreende o consolo que tive quando ouvi o Presidente da Republica Portuguesa censurar, sem rodeios nem cuidados diplomáticos, em público e voz alta, a desumanidade italiana.
Consolei-me por isso e também por ter confirmado – se ainda fosse necessário – que nós, Irmãos de Misericórdia, somos, no desnorte geral, os que caminham com o passo certo.
Fico grato ao Professor Marcelo Rebelo de Sousa por me ter animado na Fé que escolhi, nos Valores que respeito e na Moral por que me conduzo.